terça-feira, 27 de outubro de 2015

OBESIDADE: DOENÇA OU DESLEIXO?

obesidade

Mesmo com a grande quantidade de informações e muitos estudos a respeito do assunto, a obesidade ainda vem sendo encarada, muitas vezes, apenas como uma consequência de “falta de vergonha na cara”. O desleixo com o corpo e a saúde pode, realmente, ser o fator inicial que desencadeie em problemas com o alto peso, porém, com o tempo, essa despreocupação acaba se tornando, na realidade, uma doença – a qual pode ser desenvolvida também por outros diversos fatores.
Foi divulgado recentemente pela revista científica Lancetque o Brasil possui mais pessoas acima do peso ou obesas do que a média mundial (58% das mulheres e 52% dos homens já sofrem desse problema no país, contra 37% dos homens e 38% das mulheres no restante do mundo), o que indica um dado alarmante quanto à saúde da população e a necessidade urgente de se pesquisar e tratar os motivos individuais que resultam nesse problema.


De acordo com o endocrinologista e nutrólogo Joffre Nogueira Filho, de São Paulo, a falta de informação ainda é uma dos maiores inimigos para o início de um tratamento. “Tenho a convicção de que os pacientes que vem ao consultório fazem tudo o que é possível para atingirem o peso desejado, mas as informações que muitos deles possuem, infelizmente, não são suficientes. A obesidade é uma doença e não falha de caráter, devendo ser respeitada”, explica o médico.
Ainda, segundo o especialista, existem diversos fatores que podem ser os grandes causadores daobesidade, inclusive genéticos. Confira abaixo os mais comuns, de acordo com Nogueira Filho:
  • Sistema nervoso
    Atua nas situações de depressão, ansiedade, déficit de atenção, compulsão e em muitas outras situações. Aqui, há um desvio no foco da dieta e aumento de hormônios como a cortisona, adrenalina e insulina, que elevam o apetite e alteram as preferências alimentares.
  • Composição de bactérias intestinais
    Sabe-se hoje que existem conjuntos de bactérias intestinais que engordam e outros que nos mantém magros. Há dietas e prescrições de lactobacilos que colaboram para manter esse equilíbrio.
  • Tem seu papel nesta doença, destacando-se os tireoidianos, pancreáticos (insulina e glucagon), adrenais (cortisona e adrenalina) e os ovarianos e testiculares.
  • Hábitos errados
    Alguns fatores como pouca ingestão de cálcio ou poucas horas de sono também colaboram para não se atingir o peso necessário. A vida social muito agitada, a falta de exercícios, o consumo de alimentos não saudáveis e a velocidade na hora das refeições são algumas das muitas atitudes erradas que acabamos cometendo durante o dia e que podem desencadear em problemas com a obesidade.
  • Dieta errada
    Abdicar totalmente de alimentos que ingerimos no nosso dia a dia, fatores psicológicos ou os hipotalâmicos (aqueles que fazem com que a pessoa não tenha limite na hora de comer) são alguns dos fatores que atrapalham na hora de manter a dieta. É preciso buscar o equilíbrio, como estabelecer dietas com aporte correto de fibras que consigam diminuir a velocidade de absorção dos carboidratos.
  • Atividade Física
    O fortalecimento muscular e a prática de exercícios sempre serão importantes para manter um gasto metabólico adequado e uma estética que mais nos agrada. Segundo o nutrólogo, saber distribuir bem as horas das refeições e lanches é importante, pois ajuda tanto na perda de peso como também no alcance de melhores resultados.
  • Precisa ser sempre estimulada e medicada quando necessário (de acordo com a orientação médica especializada) para que cumpra sempre seu papel em manter a pessoa confiante e segura sobre sua imagem e personalidade.
Como tratar?
Para o especialista, um dos segredos do tratamento da obesidade é, primeiramente, saber respeitar e encarar as dificuldades da pessoa. “O paciente é um ‘pacote’ que vem com vícios, alterações de humor, estilo de vida próprio, escorregadas na dieta etc. Temos de tratá-lo como ele é, de acordo com sua individualidade”, explica Nogueira Filho, que complementa: “Não adianta acreditar que, desta vez, ele resistirá às tentações, se em todas as outras tentativas não conseguiu, ou fazer de conta que ele passará o resto da vida comendo grelhados e salada”.
Segundo o nutrólogo, se o paciente está com dificuldades em seguir a dieta que lhe foi passada, isso quer dizer que ela que precisa ser alterada – e não a pessoa que deve ser forçada a encará-la. Este bloqueio deve ser tratado não apenas com uma nutricionista, mas com endocrinologista, psicólogo e psiquiatra, quando necessário.
Para finalizar, Dr. Joffre ressalta a importância de se pesquisar as alterações que fazem com que o paciente engorde, como as medicações tomadas, causas adquiridas, variações hormonais, psicológicas, entre outras.

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