segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SÍNDROME DO OVERTRAINING

Foto: Thinkstock.

Também conhecida como síndrome da fadiga crônica, essa é a situação em que há uma diminuição do desempenho do atleta gerada pelo estresse do treinamento – sem um tempo necessário para a recuperação adequada do organismo. Essa situação tem se tornado muito comum entre os atletas submetidos a grandes volumes de treinamento seguidos por um tempo insuficiente de recuperação.
O overtraining desencadeia uma série de alterações metabólicas, comprometendo os sistemas cardiovascular, neuroendócrino, imune e musculoesquelético. Alguns atletas, mesmo sabendo de sua queda de rendimento, aumentam a carga de treinamento cada vez mais, levando a um círculo vicioso de mais fadiga e mais diminuição do desempenho.
Os fatores de risco incluem treinamento de alta intensidade com períodos de recuperação insuficiente, aumento abrupto no volume de treinamento, intervalos reduzidos entre competições e rotina monótona de treinamento, sendo essas lesões predominantes em corredores de longa distância.
Nessa síndrome, não há sintomas específicos – os mais freqüentes são labilidade emocional, distúrbios do sono (cansaço permanente), distúrbios do apetite, alterações no rítimo menstrual, fadiga excessiva com dificuldade de recuperação entre os treinamentos e dores persistentes desproporcionais ao nível de treinamento. A situação de overtraining pode causar fadiga muscular, lesões musculares e fraturas ósseas (fraturas por estresse).
A prevenção deve ser feita com uma avaliação criteriosa do atleta antes do início do treinamento – o que inclui avaliação clínica completa e exame físico criterioso (avaliação aeróbia e anaeróbia, teste de força e equilíbrio muscular, avaliação na atividade específica e determinação do gasto calórico na atividade específica). Além disso, algumas regras devem ser adotadas para o dia a dia do treinamento:
• Correr sobre superfícies planas e firmes, porém não muito duras.
• Evitar a utilização do mesmo par de tênis nos treinamentos em dias consecutivos.
• Aquecer antes do início das corridas.
• Praticar regularmente exercícios de alongamento, dando atenção particular aos músculos dos membros inferiores.
• Manter um período adequado de recuperação após treinamentos longos.
• Treinar outras regiões do corpo além dos membros inferiores.
• Evitar sobrecarga nos dias de fadiga acentuada ou nos períodos de recuperação de lesões.
A preparação de um atleta para a prática esportiva deve ser global, estimulando todos os sistemas orgânicos, para que se adaptem, melhorando o desempenho do organismo como um todo. É necessário conhecer as particularidades da atividade específica, o tempo de duração, a intensidade, o grau de exigência dos sistemas metabólicos, os grupamentos musculares solicitados, os tipos de contrações musculares e os padrões de movimento. Tudo isso para que seja possível montar um programa de exercícios que satisfaça essas exigências e prepare o seu organismo para o esforço intenso – sem exceder limites.

* Moisés Cohen é ortopedista e traumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

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